Ontem vi
"o homem do adeus" fora do seu contexto.
Para quem não sabe é um senhor que diz adeus aos carros que passam - visível ao pé do Saldanha, e em outros sítios da nossa capital.
Vinha eu da loja gourmet d'el corte inglês com um belo "late harvest", um karcher 2003, preparadinho para degustação jantaral (este foi o meu momento cagão), quando ao passar pelas lojas do piso de estacionamento, olho para o lado e lá estava o byebye-man em grande estilo - o homem anda sempre arranjadinho, até nas compras.
O mais estranho de o ver (para além do efeito de estranheza que sentimos quando vemos alguém fora do contexto habitual: como seja o merceeiro na praia ou o Louçã aos pés da nossa cama) foi o facto de ele estar a considerar a compra de uma lanterna. Para almas mais inocentes e ingénuas, isto poderá parecer uma coisa normal, mas para alguém de má indole como eu, a razão do byebye-man querer uma lanterna era obvia:
Encandear!
Uma pessoa que passa a noite toda à espera de um adeus dos carros que passam e não o recebe noites a fio, acaba por desenvolver uma angústia que mais tarde ou mais cedo terá tendência a sair cá para fora. O byebye-man finalmente encontrou a solução: quando alguém passar e não der um aceno de volta, vai levar com a luz do seu foco potente e ter um acidente tenebroso. Pela maneira experiente como avaliava a lanterna, dava para ver que não era novato no seu uso.
Amigos, fica o aviso, quando passarem pelo Saldanha, vão sempre a acenar e tentem que eles vos veja, talvez a
Princesa do Povo também não estivesse com muita vontade de acenar naquele dia!